Curtos momentos em que não soubemos dizer quem somos, o que fomos. Era sempre de manhã quando te sentavas à beira do cair da colcha, era sempre de manhã quando entoavas o teu olhar sobre a janela fechada e fria. Foi sempre manhã nos meses em que soubemos cantar e dançar ao repetido som da telefonia. Os pequenos solitários pelos a descerem-te as costas, e que ao sol te davam cor de ouro, a fina linha que te separava da paisagem natural ao fim da tarde. Levantavas-te sempre sem notar que eu acordara pra te ver voar para longe do ninho. Demoravas-te no preparar da toilete riscando os olhos, como um índio na batalha, oferecendo aos lábios uma cor que não a sua. Mirava-te com o rasgar dos olhos mal acordados, que fechava se ousasses olhar pra mim, contemplava-te sempre que voltavas a pousar ao meu lado. Tocar-te fazia perder o sentido à vontade de te tocar. Querendo ou não foste sempre assim, curta como a manhã, efémera com um dia, sozinha como a noite. Quis-te sempre assim. Até voares. (artwork by: http://vishuddha.deviantart.com/art/getting-ready-141159723) |

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Janela
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