O teu perfil sombreado em jogos de luz nos buracos da persiana corrida.
Desaba sobre ti a seda mais leve e despe-la com o mesmo desejo com que deleitas o corpo ao meu lado.
Até então gravava, em câmara lenta, a película de filme nos caminhos infinitos, ínfimos, do meu esquecer.
Pensar tocar-te faz doer os olhos, e quando a mão ousa entrar em contacto com a pele arde o desejo na língua.
Os cabelos envolvem-se nas palmas e entrelaçam os dedos cerrados.
Odor fértil de terras inconstantemente plantadas arrancam lamentos agravados do nariz.
Pernas navegam à deriva num oceano de lençóis lutando para se encontrar na frente de bombardeamentos de calor.
Contorcem-se costas tresloucadas ao segredo menino e maroto do ouvido, ao mergulhar húmido das línguas, ao cravar profundo das unhas.
Cheira tão bem que até a primavera se esconde.
A espada e a cruz encontram-se uma única vez e sucumbem transpirando suspiros dementes.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
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