quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O barco

Procurava-a incessantemente todo o dia, mesmo sabendo que nunca poderia ser dele. Depois daquela noite tudo deixou de ser da forma que tinha sido. Finalmente perdera o medo, com a ajuda de meia dúzia de cervejas, e confiante, falou-lhe curioso por saber o motivo de tantos olhares perdidos no vão das escadas. Carolina, era assim que a chamavam, dissera-lhe ao ouvido. David, mas ela já sabia. Partilhou-lhe que ainda não sabia bem o que queria da vida, ele ainda que sabendo não lho podia dizer, por isso deixou-se ficar no mesmo barco que ela. Ele gostou da mistura entre os seus olhos verdes e os cabelos vermelhos, ela gostou da voz com que ele a agarrava. Nunca entraram em detalhes do que os levara áquele sítio, áquela hora, mas ficaram felizes por saber que hexistia um tempo para eles, ainda que incertos de um espaço. As horas avançavam por entre o som das musicas antigas daquele barco. Ele investia enquato ela recuava, depois ela investia e ele fazia-se difícil. A dança era ali, e o ali era uma desculpa, pois se fosse noutro lugar perdiam tudo o que tinham. Ele queria vêla todos os dias, e via, mas embora ela sorrisse ele nunca sabia se era na sua direcção.
Ela procurava-o incessantemente, mas tudo o que ele fazia era sorrir.