segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Quarto Espelhado

Na confusão de reflexos do teu olhar, espelhos esbatem atrapalhados o embaciar dos teus músculos suados.

É difícil espelhar o sentido das palavras sem te ver, ao contrario não faria sentido.

Nem nas cores dum diamante se te encontro, se ocultam as linhas que te pintam, nem no sol a cair sobre a chuva se te desenham os teus choros.

Os verbos amar, odiar cortam a pele da mesma forma.


Nem na distância, nem no tempo, nem no tempo, nem na ânsia.

Nem sou eu, nem és tu, é um mundo maior do que nós.


Espelhos reflectem-se e, se não estás no meio, não existes.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Até

Começar sem acabar, inspirar sem expirar, cantar sem ler.
Espantalho fulminante paira sobre a cama em sonhos passados, pesados, recortados, colados.
O amor d'outro aquece fogo na lareira, rasteira.
Bicos de lápis de aço, papel rasgado, estropiado.
Sentido sem sentido, desmedido, vácuo comprimido, equimose interna.

Ser quem não se é, quem não foi, não posso ver, não queres ser.
"Nunca's", "Jamais's" empecidos.

Até ver, sou quem fui e quem quero ser.