Não havia dia em que não a quisesse ver, nem que fosse só pelo seu milenar sorriso. O calor dos dois corpos não se sincronizaria nunca, ele era frio quando ela era da temperatura do verão e, quando o verão lhe chegava, ela era branca como a neve. As suas bocas não se encontrariam nunca no mesmo momento, quando uma se abria a outra fechava-se mastigando palavras. Os seus olhos não se conheceriam nunca na mesma paisagem, quando uns vislumbravam Paris, o outro par voava solto sobre as dunas de um deserto qualquer. E ela só existia no tempo que ele lhe imprestara, que ele imaginara, no lugar onde se encontraram pela primeira vez.
Ela nunca o tinha visto fora daquele espaço, nunca lhe tinha sentido o cheiro para alem daquele dia, e sabia que se o abordasse ele não a conseguiria ver.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
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