quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Conto Omisso

Queres-me não queres?
Que posso eu responder-te?
Eu sei, está na tua cara.

O som alto da musica rasgava as colunas e enchia os espaços por entre todos corpos perdidos.

Sabes que não posso, certo?

Agarrou-a pela mão e envolveu os braços em torno do seu tronco juntando, violentamente, os seus labios aos dela. Não se soltaram senão uns minutos depois.

Não devias, sabes que não posso... não podemos.

Os copos licorosos iam ficando vazios, um após o outro, até ser tocada a ultima musica de todos os dias, até ficarem de novo sozinhos nas vielas.

Estou bêbeda leva-me para tua casa.
Quero foder contigo.
Eu sei, agora cala-te e leva-me contigo.

Tinham o arrependimento previo, da seguinte madrugada, estampado nas faces, mas sabiam que nada mais havia a fazer, a dizer. Ela tinha que o trair, ele que ser traído.
Os corpos se não se usam queimam-se.

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