tu que nunca sentiste o calor
quente de uma boca
junto dos teus cabelos puros,
a tua mão que nunca passou
pelo peito forte de um guerreiro
e o teu cheiro
que nunca impregnou outros lençóis
que não os da tua cama.
Deita comigo,
nesta noite fria,
o fino véu das tuas vestes.
Não sou guerreiro,
sou simples mendigo de pele nova,
deleita o teu doce corpo junto ao meu e
deixa que o escuro nos esconda
por entre os tecidos crus da carne.
Não, não tenhas medo,
rainha de escassas palavras,
de deixar cair o teu virgem olhar
sobre as peles nuas do pedinte.
Deixa que as línguas nos guiem
por entre os toques dos dedos frágeis.
Permite a entrada
das tropas inimigas,
mascaradas de cavalo de troia,
penetrarem as tuas gigantes muralhas.
E dorme, doce rainha principesca.
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