Solta-te menina, larga as amarras que te agarram à fachada velha dessa casa, dela só restam ruinas. Larga à confiança dos meus braços, e deixa-te cair dai de cima. Manda fora a esperança de desconstrução passiva dessa moradia antiga, ele não volta para reacender com uma pinha a lareira caiada. Atira-te dentro de mim, para dentro de mim e desiste dessa altura espevitada e da postura altiva e majestosa. Ele sabe.
Sobe e desenlaça as cordas que prendeste ao topo da chaminé, vem para minha casa enlaça-as no regaço quente. De lá não saias até que o teu corpo recupere das pancadas que te deram de borla. Sem que pedisses foram-se ajuntando nódoas negras à volta dos teus braços, dos teus punhos, e sem que visses foram-se enrolando punhos em volta do teu pescoço que te abafaram o respirar. Tu sabes.
Dentro da quente manta, e da luz apagada, junta-te comigo e procura o brilho no novo céu, encontra constelações sem sentido e significa-as. Mostra-me o que não sei para que lhe entorne o olhar e descanse o queixo. Leva-me e lava-me, seca-me no manto da tua pele e enxota-me as moscas e as traças de cima. Eu sei.
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