escorrem as palmas das mãos
que nem o licor que se amordaça
às paredes quentes da língua.
A fina ponta dos dedos
se te desenha na pele,
por cima dos traços do teu perfil,
um quadro invisível.
Na tela despem-se corpos
com as discórdias do pincel,
a carne nua solta nitrogénio em pó
fundido no céu.
No arrebitar dos seios
prendem-se verdades cuspidas,
escondidas da luz do dia,
esgravatadas na falta da noite.
O tímido abanar de ancas
mostra caminhos vedados a medo
que se abrem com palavras míticas,
e se fecham com o olhar.
Desce a água que se adivinha
no roçar das pernas
p'lo inicio do fim dos dedos
enquanto se descobrem nos lençóis
pés agrafados no colchão
depois de um trilho de sulcos.
Neles vais tu, eu sigo.
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