domingo, 4 de julho de 2010

Hoje é dia de não querer ninguem

Hoje é manhã no meu quintal e eu não quero ninguém.
Não te quero a ti amor, não quero o João nem a Maria, podem todos desaparecer da minha vida por um dia.

Hoje é manhã no meu jardim e não quero ninguém.
Não quero as pétalas das rosas caídas sobre o alpendre, nem os espinhos das silvas que me agarram as calças, não quero regar as tulipas que rasgam o chão, podem todos murchar ou morrer até, hoje não.

Acordei a sentir a tua falta outra vez, já te tinhas levantado à muito, uns dois meses.
Normalmente consigo gerir o que sinto enfrascando-me em vinhos vários, mas hoje apertou-me invulgarmente.
Acordei a pensar que não preciso de ti para nada, que, eu mais eu é só o que importa.
Acordei e apetecia-me ter morrido durante o sono.


Hoje é noite no meu amor e eu não quero ninguém.
Amanhã és tu.

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