segunda-feira, 26 de julho de 2010

Tudo isto e um muito nada

Não estás, e como tu também não ficou a ponte que me leva a ti.
Ao que parece não aguentou o peso de uma só folha.

Incapaz de ir, quedado nas mentirosas pedras da calçada soltas pelos teus saltos.
Sempre questionas-te o meu olhar por ti, sempre inábil em agarrar os abraços soltos, espalhados.

Menina, agora o que resta são as lembranças do teu suor a escorrer-me na língua, do teu pequeno lago no umbigo após maratonas nocturnas, das minhas costas rasgadas pelo verniz roxo, as lembranças dos lençóis ensopados em álcool e a madeira a cravar-se nas mãos, só restam as cinzas que caíram do cigarro e se colaram ao tecto.

Tudo isto e um muito nada.

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