A voz dos seus olhos é doce como mel,
e ele escreve-a com os gritos de uma caneta
nos ouvidos de uma folha branca de papel.
Ela vai longe num barco que navega junto das nuvens,
e ele torce o pescoço a olhar para o céu azul como o mar.
Não volta a dactilografar,
na pele,
as mesmas palavras que cobriam as paredes
de todas aquelas cidades do antigo mundo.
Eles bebiam em copos de cristal
o seguimento das rolhas agarradas por um arame,
até as suas cabeças ficarem toldadas
sobre a fronha da mesma almofada.
Os hotéis abriam-lhes as portas
com a mesma e constante frequência
com que as fechavam a um ou outro pedinte.
Eram como nunca dois pedaços do mesmo corpo, separado.
Ainda assim haviam os gritos, e as canetas.
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