segunda-feira, 23 de agosto de 2010

o Gordo

Não fui eu que estraguei,

Quando entrou no quarto já estava partido, no chão, o seu medalhão da sorte.
Não fui eu que estraguei, dizia ela encostada a um canto da cama, com os olhos navegando o chão e o som das lágrimas a encostarem-se às pálpebras.
Paralisado pela agonia de perder o que lhe era mais querido, soltou um gemido, e começou a andar em direcção da sua amada.
Sua estúpida, não sabias estar quieta, não sabes que esta merda é frágil, quantas vezes é preciso dizer?
Apanhou os cacos soltos do chão, cuidadosamente a medo de se cortar, e deixo-os estendidos na cama.
Como é que o montamos agora, explica-me.
As lágrimas começavam já a correr nas suas faces em saltos libertários na direcção do solo, não sei querido, não sei, perdeu as forças nos braços e caiu sobre a cama de costas nuas em cima dos pedaços estilhaçados. No lugar do seu peito rasgara-se um buraco.

ele soltou-se.

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