quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Delinquir

O vinho nu no fundo do copo, deitado na mesa vestida de pratos negros, toalhas vermelhas e talheres requintados, é como a noite de êxtase inexistente, escárnio.

Esperei por ela, nunca existiu nunca quis existir.

À mesa só o solene odor do pavio defunto e da minha vontade em não tocar na comida.

Sabes muito bem que não suporto esperar não aguento o nunca da tua boca com fome, muito menos o não do teu desejo em ser única. Maria, perdeste-te, o cigarro apagou-se.

A foda que nunca foi.




(e a mesa nunca se compôs)

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