quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sair pl'o esquadro

Pintamos quadros belos, com cores simples, únicas, complexas e extraordinariamente perfeitas. Usamos das melhores telas, com a melhor madeira, com os mais lindos panos. E vamos lancetando, com a ponta afiada do pincel, sobre o branco, rasgando sem preocupação o que antes foi feio, foi nada. Não vemos o que se nos escapa ao olhar, pois não olhamos, pintamos com o coração nas mãos, mas não pintamos.
Finalmente enche-se o peito de orgulho, enche-se o olho de cor, acabou o desenhar e desmonta-se o pincel gasto e as tintas mortas. Prego na parede, o nome no verso, pendura-se devagar o fim.
Sente-se o quadro, sente-se o futuro, sente-se o ser nosso, espera-se que dure até que a tinta caia, sonha-se com que, o quadro que se pintou, seja na realidade nosso, quando no fundo ele já foi ha muito pintado.



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