sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

tu, elle (quarto 210)

Combinaram encontrar-se no cais sem nunca se terem visto, sem nunca terem falado, sem nunca se terem tocado.
Ele vinha de longe, ela chegara hoje a Portugal ao fim de alguns anos exilada por ai.
Não conversaram, quando ele deixou o barco largou as malas aos seus pés e beijou-a, ela cravou-lhe as mãos na nuca e beijou-o.

Apanharam um taxi, Para onde, perguntara o taxista, Para um hotel de 4 estrelas junto da baixa, foram estas as palavras.

A porta do hotel abriu-se querendo que entrassem, marcharam e o check-in deixou-lhes a chaves do quarto 210 caída no balcão, enquanto o bagageiro apressava as suas coisas para o elevador, para o quarto.

Jantaram, as suas bocas faziam bailar a comida, os seus olhos, ao invés, um de cada vez, enterravam-se um no outro.

Subiram as escadas para o quarto, 4º piso, de mãos dadas...

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